Pesquisadores brasileiros fortalecem carreira com mestrado nos EUA

Brasileiros, inclusive do Nordeste, têm buscado cada vez mais mestrados no exterior, sobretudo nos EUA, para impulsionar carreiras acadêmicas e de pesquisa. Segundo o relatório Open Doors 2023/24, o Brasil foi responsável por 16.025 estudantes nos Estados Unidos, mantendo-se entre os 10 principais países emissores. Já o estudo da NAFSA revela que estudantes internacionais movimentaram US$ 43,8 bilhões e geraram mais de 378 mil empregos na economia estadunidense durante o mesmo período.

No cenário nacional, Santa Catarina, Paraná e Pernambuco aparecem entre os estados com mais jovens embarcando para mestrados e doutorados. Dados do Open Doors mostram que a proporção de estudantes brasileiros matriculados em cursos de pós-graduação (classes “Graduate”) cresceu de 4.752 (22%) em 2021/22 para 4.908 (30,6%) em 2022/23.

Um caso que ilustra bem essa tendência é o de Pedro Henrique da Silva Parmezani, natural de Mairinque (SP), que hoje inspira jovens pesquisadores de todo o país, inclusive do Nordeste. Com formação em Física Aplicada e Matemática, graduou-se Magna Cum Laude, com GPA 3,84, pela West Virginia Wesleyan College. Além disso, conquistou prêmios como Outstanding Physics/Engineering Award 2025 e Senior Academic and Leadership Achievement Award, entrou no All-Mountain East Conference Academic Team, e será em breve mestrando em Engenharia de Sistemas nos EUA.

A pesquisa de Pedro, financiada pelo programa SURE, envolveu testes com materiais como chumbo, cobre e plásticos para atenuação de radiação gama, trabalho com impacto direto na saúde, energia nuclear e exploração espacial. “Em viagens espaciais, onde cada grama conta, descobrimos que plásticos leves podem proteger quase tanto quanto metais pesados”, explica Pedro, evidenciando sua capacidade para unir rigor acadêmico e inovação tecnológica.

No Brasil, muitas universidades do Nordeste, como UFPE, UFRN e UEFS, já desenvolvem cooperações científicas com instituições americanas, fomentando trocas acadêmicas e estágios avançados. Recentemente, pesquisadores pernambucanos em Engenharia Química realizaram estágios de doutorado em instituições dos EUA, financiados por bolsas CAPES e FINEP, reforçando o escoamento da produção científica para centros internacionais.

Especialistas afirmam que o aumento dos mestrados no exterior está ligado à busca por diferenciais competitivos em áreas de alta tecnologia. Projetos como os de Pedro, que unem esporte, liderança e ciência, se tornam referência entre os jovens pesquisadores nordestinos. “A formação internacional traz não só conhecimento técnico, mas experiências multiculturais e redes globais que potencializam a carreira”, diz docente de UFRN envolvido em programas de intercâmbio.

A aposta no exterior vem com desafios, mas os benefícios são claros: maior acesso a centros de pesquisa de ponta, publicação em revistas internacionais e inserção no mercado global de trabalho, especialmente em áreas como física aplicada, engenharia de sistemas e nanotecnologia.

Para Pedro, que participou como capitão da equipe universitária de futebol (NCAA) e também atuou como Resident Assistant, a escolha de um mestrado nos EUA representa uma estratégia clara:

“Minha meta é resolver problemas reais, com rigor e inovação, sempre considerando quem será beneficiado.”

Em um momento em que o Brasil busca ampliar sua produção científica e tecnológica, a decisão de jovens pesquisadores por mestrados no exterior reflete um movimento transformador, e Pedro Parmezani já se posiciona como um modelo vivo dessa nova geração.